sábado, 14 de agosto de 2010

Dominação

   Wagna ao telefone tinha uma voz sinistra, quase trêmula, apesar de insistir em que estava tudo bem. Tergiversou diversas vezes, a mim só interessava se ela havia arrumado a situação. Ela disse que sim. Saí. O dia denso de nuvens & vento frio já havia ressecado diversas folhas que agora arranhavam as calçadas por onde eu ia, - lembrei das unhas de Sil ferindo a velha poltrona Luis XV vermelha enquanto Alex a sodomizava com os seus olhos maníacos. Será que Wagna arrumara tudo mesmo? O peso escuro do céu tinha muito da postura austera de Wagna - apesar de sua pouca idade: 25 anos.
   Derramou duas gotas de sangue em minha stonilichnaya blue após cortar minimamente seu dedo médio com um anel de serpente que fazia jogo com o bracelete prata próximo ao ombro direito. Chupou o dedo lesionado enquanto largava-se em meu colo, olhando-me com seus olhos siberianos vazios de tão claros, olhos que naquela manhã haviam concluído o Dostoiévski que começara há quinze dias, Memórias do Subterrâneo. Swen aproximou-se afoito, havia esperado muito aquele momento, sua esposinha sem roupa no colo de um estranho, com suas ancas desejadíssimas por outros homens no colo daquele homem, sua pele de alabastro tatuadíssima, sua feição selvagem & doce ao mesmo tempo e um coração que era seu, só seu, apesar dos pedidos de Swen para que ela o humilhasse na cama. Ele aproximou o seu pau suplicante da boca deliciosa de Wagna, ela me pediu permissão ainda com o dedo na boca, eu disse que sim, que duas horas de sofrimento já foram suficientes para Swen. Acho inclusive que vi Swen chorando de tanta raiva & desejo...foi quando ela pegou daquele cacete intumescido de tanto aguardar, suas veias de tão saltadas enlaçaram o pescoço de Wagna que arregalou os olhos e sentiu um golpe profundo na garganta, como se lhe socassem o mundo pela goela. Ao mesmo tempo enfiei de uma vez em Wagna, sentindo o seu ânus agarrar meu pau com desespero, procurando talvez um porto seguro... Wagna foi violentada consentidamente durante uma hora e sorria muito depois que seus dois companheiros de solidão a cobriram o rosto daquele líquido viscoso e vital, único, agridoce como a vida de volta a sua rotina sempre seria, para todos.  

3 comentários:

menina fê disse...

ehhh... vou ter que concordar: isso é tão bom!!!

kkkkkkkkkkk

bjs meus.

Bill Carson disse...

Cara, que legal. Gostei.

Marcello Eros disse...

Fê e Carson, obrigado pela presença !!!