Dia frio. Perfeito para os olhos vítreos de Wagna. Swen tem um encontro e nos deixa à vontade com a garrafa de vodka - como uma árvore ornamental de gelo - no canto do tapete persa. Procuro histórias loucas que me façam sentir que viver vale a pena. Wagna é o manacial perfeito delas. No meu colo, sinto seu cheiro imponente, seu corpo em chamas escorrendo pelas minhas mãos. Ela me diz da sua predileção por sexo oral com vários parceiros ao mesmo tempo. Fizera duas vezes nas noites de Moscou, em suas vadiagens pelo underground russo. Numa delas eram 6 cacetes loucos pelo seu rosto de naiade siberiana, famintos pela maciez de sua boca rosa com hálito de absinto, enlouquecidos por gozar em seus cabelos lisos & ensolarados. Ela sentia-se rainha, seus súditos tinham veias que quase estouravam por ela. E ela dava a todos sua boca, suas flores de saliva quente que aconchegavam aqueles membros desesperados, com a urgência da reverberação pulsante da vida pelo prazer. Todos gozavam repetidas vezes e Wagna disse que nunca ouvira uma sinfonia tão terrível quanto a dos gritos que ecoavam madrugada adentro naquele bar decadente, tudo por causa de sua boca surreal. Viciara-se e aquele seu vício provinha do seu senso de dominação, ver curvados por segundos homens montanhosos, vê-los gemendo vencidos em seus gozos elétricos.
Derramou a vodka gelada em meu pau e fomos nos embriagando aos poucos. Ela me engolia devagar com sua cara de loba faminta. Disse que quando chegasse a hora, eu poderia gozar nas bordas de sua taça de cristal. Guardaria para Swen, foi um pedido dele. Senti como se ela arrancasse minha alma com sua sucção. Seus olhos brilhavam mais do que o cristal da taça.
Quando saí, caminhei pensando em seu desejo de encontrar súditos que a façam sentir aquilo tudo novamente, satisfazer aquele seu vício infernal.